À conversa com Fernando Carvalho

Esteve ontem na BE o escritor e jornalista Fernando Carvalho, que tinha encontro marcado com os alunos do 5º e do 6º Anos e ainda do 1º Ciclo do Tojeiro. Em destaque, esteve a recente obra do autor,  A pior amiga. A partir da breve apresentação da obra, Fernando Carvalho partilhou connosco como, através da leitura, tem vindo a crescer para a escrita. Sempre presentes na sua vida, os livros, primeiro escutados da irmã mais velha, que os lia em voz alta pela casa, mais tarde explorados como coisas misteriosas, abriram caminho na imaginação de Fernando e revelaram-lhe o prazer de contar.

A experiência como jornalista veio mais tarde. Na verdade, esta tem sido para o escritor uma outra forma de apreciar a realidade e de aprender com ela. As reportagens e as entrevistas para a revista Visão Júnior têm trazido a este professor do 1º Ciclo novas e extraordinárias aprendizagens, que, na comunicação viva e alegre do autor, logo ganham os traços da aventura!

Verdade e fantasia, as grandes histórias clássicas, ao mesmo tempo que brilham na imaginação do leitor, desvendam o ser humano, nas malhas da sua realidade. Terá sido essa dupla face, transmitida com humor e simplicidade, que seduziu Fernando Carvalho, em obras como Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, ou Histórias em verso para meninos perversos, de Roal Dahl. O escritor, que nos falou da sua admiração por estas e outras obras, contou-nos o quanto a leitura pode ser poderosa e mágica.

A leitura desafia-nos e faz-nos crescer, sobretudo quando nos dispomos a descobrir tudo o que um livro pode guardar... Assim aconteceu com Fernando Carvalho, que, um dia, comprou, para o oferecer, o livro 600 black spots (600 pintas pretas), de David A. Carter, mas... ao entrar no seu divertido e intrigante labirinto, acabou por ficar com ele para si. E ainda hoje, de cada vez que abre este livro, Fernando descobre mais bolinhas escondidas nas suas páginas, pois está longe ainda de ter encontrado as 600... E não será esta, na verdade, a história do encontro de um leitor com o seu livro?

Muito haveria ainda para conversar com Fernando Carvalho, mas o tempo voou. Ficamos à espera de novos trabalhos do autor que desafiem e ajudem a crescer os nossos jovens leitores.

Aprender a conviver



Em clima de S. Valentim, a BE quis dedicar o mês de fevereiro aos afetos. No final deste mês, receberemos a visita do jovem autor Fernando Carvalho, que virá falar-nos do seu recente livro A pior amiga (2013), uma obra que aborda as dificuldades e os problemas que a amizade, por vezes, implica; as escolhas que, em certos momentos, temos que fazer, e pelas quais somos responsáveis; as contradições em que giramos, ao conviver com os outros...

A propósito dessas contradições, a BE contou, uma vez mais, com a colaboração do ATL Fernão Mendes Pinto para a realização de um conjunto de sessões, em jeito de reflexão, destinadas ao 6º e ao 7º Anos. "Vamos falar de... Amor, Paixão, Amizade e outras coisas complicadas" foi o desafio que propusemos aos nossos alunos.

A interação com os outros e a vivência da amizade a todos dizem respeito. Por isso, também os utilizadores mais pequeninos da nossa BE vieram participar neste tema e deixar a sua mensagem a toda a comunidade escolar. Tivemos ontem a visita bem disposta dos meninos do Jardim-de-Infância do Tojeiro, que vieram à BE conhecer Uma história de dedos, de Luísa Ducla Soares. Os dedos das mãos vivem juntos; cada um tem o seu nome, todos são diferentes, mas todos são importantes...

 

No final, cada menino contou de novo a história, à sua maneira, inundada de cores.

Hora do Conto: "Fechem os olhos - disse Frederico"...

A chuva e a ventania por detrás das janelas foram, ontem, o cenário vivo da Hora do Conto (desta vez, dinamizado pelos animadores Eduardo e Sandra, do ATL Fernão Mendes Pinto), na sala do 2º/ 3º Anos da EB1 de Arazede. Sentados à volta da história, os meninos conheceram Frederico (Leo Lionni, 2009), um rato diferente entre os companheiros da mesma espécie. Durante os maravilhosos dias de sol, todos se atarefam em recolher alimentos para o inverno; "todos, menos um...". Frederico trabalhava para outras fomes, que o inverno duro, silencioso e longo também traria, certamente.

Depois das últimas nozes e dos últimos grãos de milho, quando já nada havia para dizer e só o frio ia perdurando, os ratinhos lembraram-se daquilo que Frederico havia recolhido. E, por entre o gelo e o escuro do inverno, envolvidos pelas palavras do amigo, os cinco companheiros puderam sentir os raios quentes do sol e as cores vivas dos arbustos, das flores e do trigo. Felizmente, Frederico era um poeta.

E na invernia desta manhã de fevereiro, o conto de Leo Lionni trouxe o aconchego dos dias luminosos. Coisas que a leitura tem.

Ao Eduardo e à Sandra do ATL, o nosso reconhecimento!